A decisão da agência de classificação de risco Standard & Poors de colocar a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa provocou uma disparada do dólar em relação ao real nesta terça-feira (28/7) e reduziu o ganho do principal índice da Bolsa brasileira na sessão.
A moeda americana chegou a bater R$ 3,44 após a notícia, em alta de 2,26%, mas logo retomou para a casa dos R$ 3,40 que vinha oscilando desde a manhã. Mesmo assim, a cotação segue no maior valor desde março de 2003, com o dólar caminhando para a quinta valorização consecutiva em relação ao real.
Às 14h45 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,56%, para R$ 3,415 na venda. No mesmo horário o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,95%, para R$ 3,396.
No mercado de ações, o Ibovespa chegou a subir até 2,33% por volta das 13h, mas reduziu o ganho para cerca de 0,15% após a notícia sobre a decisão da S&P. Às 14h45, no entanto, o principal índice da Bolsa brasileira mostrava avanço de 1%, para 49.220 pontos.
Segundo operadores, o Ibovespa tem uma correção nesta terça-feira após sete quedas consecutivas, em que acumulou perda de 8,17%. No exterior, os mercados acionários de Nova York também operam no azul, enquanto as Bolsas da Europa fecharam com valorização em torno de 1%.
Na escala da S&P, o Brasil está no limite do grau de investimento (selo de bom pagador), com a nota "BBB-", mas a perspectiva deixou de ser neutra. Com a medida, a agência sinalizou que o país poderá passar ao grau especulativo em breve, o que faz com que investidores exijam juros maiores para compensar o risco.
Fonte: Folha de S.Paulo