Parceria inédita cria moradias no Centro de São Paulo :: 31/08/2015 (17:40:36)
Na próxima terça-feira (1º/9) começam as obras do primeiro dos três grandes condomínios populares que a Prefeitura e o governo estadual vão construir na região central da capital. Ao todo, 3.683 famílias, com renda entre R$ 810 e R$ 8,1 mil, vão morar nesses imóveis.

Na próxima terça-feira (1º/9) começam as obras do primeiro dos três grandes condomínios populares que a Prefeitura e o governo estadual vão construir na região central da capital. Ao todo, 3.683 famílias, com renda entre R$ 810 e R$ 8,1 mil, vão morar nesses imóveis.

As 126 unidades da Rua São Caetano, no Centro, as primeiras a ser entregues, devem ficar prontas em um ano e meio. São oito prédios. Essas obras começam na terça-feira.

Os dois maiores condomínios, que terão equipamentos de lazer, áreas de convivência e unidades comerciais, serão construídos na Rua dos Gusmões, na Luz, e na Avenida Marques de São Vicente, na Barra Funda. Ainda não há datas para início das obras, mas a expectativa é de que elas comecem até dezembro.

O projeto é uma PPP (Parceria Público-Privada), a primeira no País, para construção de moradias com envolvimento de prefeitura e estado.

Ao todo serão beneficiadas cerca de 15 mil pessoas. A escolha das famílias contempladas vai priorizar quem mora na periferia, não tem casa própria e trabalha na região central.

“O objetivo é aproximar as pessoas do local de trabalho para reduzir o tempo de deslocamento”, disse Rodrigo Garcia, secretário de Habitação do estado de São Paulo.

Para selecionar as famílias, a secretária usará os cadastros da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo).  “Vamos fazer uma triagem para identificar quais famílias se encaixam no perfil. Em relação à prestação, haverá  subsídio do governo e, por isso, quem ganha menos vai pagar menos”, afirmou o secretário.

Duas décadas/ O prazo de financiamento será de 20 anos. Durante este período, a parceria vai garantir serviços de manutenção predial e de apoio aos condomínios. “Não serão empreendimentos como os conjuntos habitacionais tradicionais. É uma ideia nova com integração maior com o entorno”, explicou  Garcia.

Os terrenos são perto de estações do Metrô, corredores de ônibus e com escolas, creches, supermercados e parques no entorno. Em média, cada unidade habitacional terá 56 metros quadrados com dois dormitórios. Dois terços das moradias populares serão destinados às famílias com renda mensal de um a seis salários-mínimos.

Entrevista

DIÁRIO_ Qual a vantagem dessa PPP?

RODRIGO GARCIA_ A principal vantagem é o prazo. Quando o estado faz sozinho, ele precisa ter o dinheiro todo da obra, a expansão dos projetos é mais lenta. Na PPP, por outro lado, o prazo de 20 anos da parceria com a iniciativa privada permite que sejam feitas mais unidades e com um planejamento melhor.

Qual o perfil das famílias contempladas?

Este é outro avanço importante. Os prédios não serão para um mesmo perfil de renda. Os condomínios terão famílias com renda de R$ 810 a R$ 8,1 mil dividindo os mesmos espaços de convivência. Vamos integrar várias classes sociais.

As famílias que fazem parte dos movimentos populares de moradia serão contempladas?

Sim, cerca de 5% das unidades serão reservadas para famílias indicadas pelos movimentos de moradia.

Vai ter um cadastro para quem quer entrar neste programa de habitação?

A princípio vamos usar os cadastros já existentes, mas se houver necessidade faremos um cadastramento.

O estado vai oferecer serviços de manutenção?

Sim, durante os 20 anos do PPP. Geralmente esse prazo é de apenas cinco anos.

Vai ter mais PPP de habitação em São Paulo?

A ideia é fazer mais dez mil unidades na região metropolitana. Por exemplo, em Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba.

Fonte: Diário de S.Paulo