Os taxistas de São Paulo decidiram, nesta quarta (4/11), durante assembleia na Capital, realizar uma grande manifestação contra o transporte clandestino de passageiros. Na prática, a categoria exige da Prefeitura fiscalização dos motoristas do Uber, que estão trabalhando mesmo com a proibição do aplicativo pelo Executivo. O ato na Capital acontecerá na quarta-feira (11/11), a partir das 9h, em frente ao Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste. Os quatro sindicatos da categoria representam, juntos, mais de 50 mil trabalhadores apenas em SP.
"O prefeito atendeu o pedido da categoria, mas a fiscalização precisa ser feita. Precisamos que as autoridades coloquem as coisas no seu devido lugar, como estabelece a lei”, afirmou o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra.
O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou, no começo do mês passado, a lei que proíbe o uso de carros particulares cadastrados em aplicativos para o transporte remunerado de pessoas. O objetivo dele, porém, é regulamentar esta prática em um futuro próximo.
“O que nós estamos pensando não vale só para o Uber, não. É mais amplo. É como absorver essa nova tecnologia dentro da regulação da Prefeitura. A ideia é regular este tipo de tecnologia. Não vai proibir, mas ele vai regular. Só sobre determinadas condições os aplicativos serão aceitos”, afirmou Haddad, à época. O prefeito tem até o dia 8 de dezembro para explicar como isso deverá funcionar.
“Esse pessoal (motoristas do Uber) sai na clandestinidade e não paga nada. Muitos deles não têm qualificação, e as famílias não os conhecem. O cara coloca uma gravata e sai andando por aí de carro cobrando o transporte”, reclamou Bezerra.
"Não estamos pedindo novos benefícios ou reajuste salarial, queremos apenas que as leis sejam cumpridas. Nós, taxistas, estamos indignados com a falta de fiscalização e o desrespeito à categoria”, afirmou Edmilson Americano, presidente da Abracomtáxi (Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Motoristas de Táxis).
Rigor
De acordo com o DTP (Departamento de Transportes Públicos), responsável pela fiscalização do transporte clandestino na Capital, cerca de 90 veículos foram guinchados, e seis apreendidos, desde agosto do ano passado. “Vou dar muito trabalho a esse pessoal do Uber e acho que os carros apreendidos deveriam ir para a delegacia, não para o pátio da Prefeitura”, afirmou o autor do projeto, o vereador Adilson Amadeu (PTB). “A lei é clara: nenhuma empresa pode se associar a esse transporte clandestino. Vou até o fim”, ameaçou o parlamentar, que vem acompanhando blitze contra os carros pretos.
Fonte: Diário de S.Paulo