H1N1 já matou 8 em São Paulo e vacina é antecipada :: 29/03/2016 (10:20:59)
O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (28/3), que vai iniciar na próxima sexta-feira (1º/4), a campanha de vacinação contra a gripe Influenza A H1N1, H3N2 e B. A antecipação na imunização, que só estava programada para 30 de abril, ocorre após um surto inesperado da doença neste mês...

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (28/3), que vai iniciar na próxima sexta-feira (1º/4), a campanha de vacinação contra a gripe Influenza A H1N1, H3N2 e B. A antecipação na imunização, que só estava programada para 30 de abril, ocorre após um surto inesperado da doença neste mês.

Somente na Capital paulista foram notificados 66 casos e oito mortes ligadas ao H1N1 até o último dia 22 de março. O número é maior do que o da dengue, que matou uma pessoa na cidade em 2016. No mesmo período do ano passado, havia sido notificado apenas um caso de H1N1, sem nenhum óbito. 

A decisão de antecipar a vacinação ocorreu após pressão de estados e municípios. Ontem, os secretários estadual de Saúde, David Uip, e o municipal, Alexandre Padilha, cobraram o Ministério da Saúde. Até quinta-feira, 48% do total de doses da vacina deste ano serão distribuídas em seis remessas, levando-se em conta a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), dada em setembro de 2015, sobre as mutações dos vírus. 

Nos três primeiros lotes da imunização (do dia 1 a 15 de abril), os estados receberão, ao todo, 25,6 milhões de doses. O estado de São Paulo vai receber 5,7 milhões de vacinas. O Ministério da Saúde afirmou também que caberá a cada estado definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a atingir toda a população-alvo (grávidas, crianças com até 5 anos e pessoas com alguma comorbidade).

 Será de responsabilidade do estado administrar as doses para que ela tenha reserva adequada do produto para a campanha oficial, que permanece sendo de 30 de abril (Dia Nacional de Mobilização) a 20 de maio. Segundo o governo federal, o cronograma de distribuição aos estados é elaborado de acordo com a entrega da vacina pelo laboratório produtor (Instituto Butantã).

O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, afirmou ontem, em entrevista coletiva, que o H1N1 voltou à capital paulista por meio de pessoas que viajaram para o Hemisfério Norte, como, principalmente, países da Europa.

A pasta diz ter ampliado a disponibilidade do medicamento para combater a doença, o oseltamivir, que está em estoque na apresentação de 75 mg em 493 farmácias municipais.

As composições de 30 mg e 45 mg, utilizadas em crianças, foram recebidas do governo estadual na semana passada e, segundo ele, estão sendo disponibilizadas gradativamente.

As unidades também estão sendo reorientadas quanto aos protocolos de atendimento e notificação dos casos suspeitos.

O H1N1 é um dos vírus que pode causar a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), uma espécie de variante da pneumonia, que requer internação e pode matar. No estado, ele já provocou a morte de 38 pessoas no estado. Ao todo, são 324 notificações até o dia 22 de março contra 342 de todo o ano passado.

O número de casos confirmados de dengue na capital chegou a 3.484 nos dois primeiros meses de 2016, índice 47,6% menor do que as 6.653 ocorrências registrados no mesmo período do ano passado.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, a diminuição da incidência da doença ocorreu porque a população está mais consciente, evitando o acúmulo de recipientes com água parada, que servem para criadouros do Aedes aegypti. “E não se trata de uma menor notificação de casos, pois eles continuam a ser registrados pelo município”, disse.

Padilha também afirmou que a pasta passou a utilizar, em 2016, larvicida em locais como depósitos de carros da Prefeitura e do governo estadual, além de ferros-velhos, chamados pontos estratégicos, onde o percentual de locais com larvas caiu de 47% em 2014 para 17% em 2016.

O mesmo procedimento foi adotado em shoppings centers, rodoviárias, considerados imóveis especiais, onde o índice de locais com larvas caiu de 12% há dois anos para 2,5% atualmente.

A capital já teve mais casos de chikungunya entre janeiro e fevereiro de 2016 que ao longo de todo o ano passado. Foram 77 casos nas primeiras oito semanas desse ano contra 75 em 2015.

Em relação ao zika vírus, já são 14 casos entre janeiro e fevereiro deste ano, enquanto em todo o ano passado foram registradas duas ocorrências.

Fonte: Diário de S.Paulo