omeça nesta segunda-feira (18/4), mais uma etapa da campanha de vacinação contra a gripe em São Paulo. Agora, serão imunizadas pessoas com doenças crônicas e mulheres que deram à luz há menos de 45 dias. Na semana passada, os postos municipais vacinaram 1,032 milhão de crianças menores de 5 anos, idosos e gestantes - 40,4% do público-alvo.
Para receber a vacina gratuitamente, pessoas com doenças crônicas que não são atendidas no posto de saúde municipal devem levar um atestado médico com o Código Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou apresentar a receita de um médico que conste o medicamento de uso contínuo. Mães de bebês com até 45 dias devem portar a certidão de nascimento do filho, o cartão gestante ou uma declaração da maternidade onde ocorreu o parto.
Os médicos sugerem cuidado, sem exagero. Lavar a mão com água e sabonete resolve na maior parte das vezes, além de fazer higiene nasal com solução salina.
Não precisa deixar de levar os filhos para a escola, natação ou cinema. Mas é bom evitar lugares onde há pessoas doentes.
Para Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital São Luiz, e Nelson Douglas Ejzenbaum, da Sociedade Brasileira de Pediatria, há exagero. Muitas pessoas estão tratando o assunto como se estivéssemos em uma epidemia, como ocorreu em 2009 e 2010. Eles observam que ninguém está falando de outras doenças mais graves, como varíola. E gripe comum mata mais ou tanto quanto a H1N1 - e o ano inteiro. É exagerado forçar, por exemplo, uma criança de 2 anos a fazer gargarejos com água e sal.
O H1N1 é um vírus. Se a criança respirar o vírus, ela vai pegar. Gargarejo não vai adiantar. Vai limpar a garganta, apenas. O que imuniza mesmo é a vacina.
Não precisa sair correndo para vacinar. Vale destacar que a imunização completa leva pelo menos 15 dias. A imunização nacional, aliás, tem como foco os grupos de risco: crianças de 6 meses até 5 anos, gestantes, puérperas, pessoas com doenças crônicas, idosos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional.
Iniciado no dia 11, o programa foi antecipado por causa do surto de H1N1 e do aumento de mortes no Estado. O número de mortos subiu de 70 para 91 em uma semana, segundo balanço da Secretaria Estadual da Saúde divulgado nesta sexta-feira, 15. O índice é nove vezes superior a todos os casos registrados em 2015, quando houve dez mortes.
No sábado, 16, o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, orientou que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha tentem se vacinar no fim da manhã ou à tarde, períodos considerados mais tranquilos. Nas 87 UBSs integradas a unidades da Assistência Médica Ambulatorial (AMA), o horário de funcionamento da sala de imunização é das 7 às 19 horas durante a semana e aos sábados. Nas demais UBSs é possível se vacinar só até as 17 horas.
Na próxima segunda-feira, 30, a campanha de vacinação contra a gripe entra na sua última fase, destinada à população em geral, mas os grupos de risco continuam tendo prioridade.
Fonte: O Estado de S.Paulo