Taxistas bloquearam na tarde desta terça-feira (10/5) os dois sentidos da avenida 23 de Maio, na altura da Bela Vista (região central). em protesto contra decisão do prefeito Fernando Haddad (PT) de liberar o Uber na cidade.
Em razão do bloqueio, o trânsito está lento no corredor Norte-Sul –segundo a CET, às 16h30 havia 7,2 km de congestionamento no sentido Santana e 2,1 km no sentido do aeroporto de Congonhas. Após negociação, a Polícia Militar liberou uma faixa em cada sentido.
No início da tarde, a rua Líbero Badaró, ao lado da sede da Prefeitura de São Paulo, foi fechada pelos taxistas.
"O Haddad está prejudicando as famílias de quem pagou R$ 60 mil no táxi preto recentemente. Ele está destruindo a categoria num canetaço. Ele está sucateado o serviço e dizimando famílias ", disse o taxista Ricardo Nagaoka, 36. Segundo ele, os taxistas são chamados de "bandidos" injustamente porque reivindicam seus direitos.
Para o taxista Valdecy Silva de Lima, 33, o Uber abre um precedente de informalidade. "Se liberar, qualquer empresa, de qualquer ramo, vai começar a terceirizar", disse.
Reação
O vereador Adilson Amadeu (PTB) disse que pretende entrar com o projeto de decreto legislativo (PDL) para derrubar o decreto de Haddad no Legislativo. Porém, precisará do apoio de 37 dos 55 vereadores para isso.
Motoristas que atuam com táxi preto (mais luxuoso) -criados por Haddad no ano passado- estão entre os manifestantes. Eles reclamam da concorrência desleal feita pelo Uber black.
"Muitos de nós financiaram carros e pagamos mais de R$ 60 mil de outorga. Agora ele libera o Uber. Se eu soubesse lá atrás, não teria entrado. Seria mais fácil alugar um carro branco do que comprar um carro para entrar no preto", disse Jonatas Silva dos Santos, 32, que há 3 meses foi sorteado com um alvará de táxi preto. Segundo ele, todos tiveram rendimentos reduzidos com o crescimento do Uber.
Fonte: Folha de S.Paulo