Os ônibus voltaram a circular na capital paulista no começo da tarde desta quarta-feira (18/5), depois de motoristas e cobradores ficarem paralisados por duas horas para protestar contra o aumento de 2,31% oferecido pelas empresas de ônibus. Segundo a prefeitura, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram prejudicadas.
A proposta é menos da metade do que eles pedem: 5% de aumento real mais a inflação. A paralisação começou às 10h, terminou ao meio-dia e abrangeu os 29 terminais da cidade. Aqueles que não estavam nos terminais pararam nos corredores de circulação.
De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindimotoristas), 17 mil ônibus pararam, e 55 mil trabalhadores aderiram ao movimento.
A categoria espera que as empresas e a prefeitura negociem novamente esse percentual e aumente o valor da proposta. Caso não sejam atendidos, pretendem fazer uma nova paralisação amanhã, das 14h às 16h, e se não houver resultado decidirão em assembleia na sexta-feira (20) se farão greve.
“Na última rodada de negociação, os patrões ofereceram essa proposta vergonhosa e nós jamais vamos aceitar isso. A prefeitura está em negociação com os empresários que colocam obstáculos para que se chegue a um acordo com o sindicato, mas nós não devemos pagar por esse impasse. Nós não temos nada a ver com a crise. A crise não se mistura com o bolso do trabalhador”, disse Romualdo Santos Moraes, um dos representantes do Sindimotoristas.
Moraes ressaltou que os trabalhadores não pretendem prejudicar a população e, por esse motivo, resolveram fazer a paralisação fora o horário de pico. “Defendemos uma categoria. A população votou no prefeito. Nós jamais queremos prejudicar o cidadão que foi informado e tem que entender que também somos pai de família e temos que correr atrás dos nossos direitos”, explicou.
Sindicato
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) disse, por meio de nota, que considera desnecessária a manifestação, mesmo em horário de menor movimentação de passageiros. "As empresas associadas ao SPUrbanuss encaminharam aos empregados uma proposta de reposição salarial e de reajuste do tíquete refeição, além da manutenção das cláusulas sociais. Foi a proposta possível, diante de um quadro de recessão econômica, aumento dos insumos do transporte público e queda da demanda de passageiros, com a consequente queda da arrecadação tarifária pela Prefeitura de São Paulo", informou.
O SPUrbanuss destacou que as negociações ainda não foram encerradas. "As empresas associadas ao SPUrbanuss estão fazendo todos os esforços para conduzir essas negociações a um resultado positivo para todas as partes e espera que a categoria dos operadores entenda o momento econômico que o país e, principalmente, a cidade de São Paulo enfrentam e não cause prejuízos à população."
Prefeitura
Em nota a Prefeitura de São Paulo afirmou que "trata-se de uma relação privada entre empresários e empregados. Por ser um serviço essencial, a Prefeitura acompanha de perto.
As obrigações da prefeitura em relação aos contratos firmados são cumpridas rigorosamente; o sistema de transporte recebe cerca de dois bilhões de reais em subsídio.
Com a paralisação, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram prejudicadas; no total, o sistema de transporte recebe 4,5 milhões de pessoas nos dias úteis.
A cidade possui 29 terminais – 28 Urbanos e um intermunicipal – e 1.239 linhas de ônibus.
Em 2014, a Prefeitura contratou verificação independente para balizar a nova concessão do sistema de transporte público municipal", encerra o comunicado da administração municipal.
Fonte: Diário de S.Paulo