A Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, recebe de 22 a 26, o “IV Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde: acidentes, adoecimentos e sofrimentos do mundo do trabalho”. As atividades ocorrerão no Salão Nobre da instituição, no Largo São Francisco.

O objetivo é discutir conquistas, desafios, manutenção e ampliação de direitos, tendo como temas o mundo do trabalho, seus impactos e o meio ambiente. O encontro reunirá pessoas de múltiplas inserções profissionais e sociais, engajadas e que possam atuar em diferentes frentes de ação.

O evento é organizado pela Abrat (Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas), a ALAL (Asociación Latinoamericana de Abogados Laboralistas), o Departamento de Direito do Trabalho e Seguridade Social da Faculdade de Direito da USP, a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) e o Ministério Público do Trabalho.

Maria Maeno

A Agência Sindical ouviu a médica do trabalho Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro. Ela destaca que essa edição do Congresso deve tomar um cunho mais político, devido ao cenário difícil em âmbito nacional e internacional, que traz desafios específicos decorrentes.

“O que temos observado é que há uma conjuntura internacional em que certos atores insistem em afirmar que o Estado está inflado. A solução apontada por essa corrente é diminuir a atuação do setor público, assim como cortar direitos. Para nós, que vivemos na América Latina, isso é crítico, uma vez que nunca atingimos de fato o Estado de bem-estar social”, explica.

Programação

A médica explica que a programação foi pensada de forma a colocar em discussão temas atuais do mundo do trabalho, que têm relação com a dignidade do trabalhador. Assim, haverá debates sobre ameaças à seguridade social, panorama sobre desconstrução dos direitos do trabalho e saúde na América Latina, o futuro do trabalho diante da precarização atual e migrações recentes, catástrofes ambientais e humanas.

“Convidamos debatedores experientes, brasileiros e estrangeiros, para promover essa troca de informações da forma mais ampla possível. Nosso propósito é produzir subsídios, para enfrentar esse momento de desafios para o mundo do trabalho e os trabalhadores”, diz Maria.

Fonte: informações da Agência Sindical