Publicado em: 18/10/2016 |
Recessão grave, desemprego em alta, arrocho salarial, juros abusivos, desnacionalização da economia e reformas neoliberais. É esse o cenário atual do Brasil, segundo as Centrais Sindicais e o Dieese.
Esse quadro foi debatido, e criticado, na manhã desta segunda (17), durante reunião entre CUT, UGT, Força Sindical, CTB, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e Intersindical, na sede nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em São Paulo.
As Centrais também debateram formas de enfrentar e definir eventual agenda de ações, por meio de protestos, paralisações ou negociações com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Nesta quarta (19), as entidades voltam a se reunir, desta vez, na sede da CUT. A ideia é marcar um Dia Nacional de Paralisações, rumo à greve geral.
Dieese - O encontro, na UGT, foi aberto por Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese. Sua exposição analisou a drástica retração econômica, o aumento do desemprego e a desnacionalização da economia pelo atual governo.
“A lógica dominante é privatização a todo custo, entrega do pré-sal e a desnacionalização. Isso reduz enormemente as chances de recuperação econômica, fragiliza ainda mais a indústria e, por consequência, sinaliza para empregos mal pagos, sem valor agregado”, ele argumenta.
Clemente Ganz, afora expor o leque de reformas neoliberais por parte do governo, chamou atenção para iniciativas conservadoras no Congresso e no Judiciário. Um dos pontos destacados foi o risco com eventual derrota da Súmula 331, do TST (que impede terceirizar a atividade-fim). “Buscam fazer reforma trabalhista via Judiciário”, comenta, lembrando que no Congresso Nacional tramitam projetos que fragilizam gravemente as organizações sindicais.
Ações - Presidente da UGT, Ricardo Patah propôs às Centrais reuniões com Cármen Lúcia, presidente do Supremo, presidentes da Câmara e do Senado. “Temos de buscar diálogo qualificado com os Poderes da República. Levar nossas posições para as autoridades e também nos comunicar com as bases sindicais e as categorias”, defende.
As Centrais cogitam um Dia Nacional de Protesto, mas entendem que, para ser efetivo, tem de ser unitário e nacional. José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores, afirma: “As direções precisam ouvir as bases, porque quem organiza e para são os Sindicatos”.
Fonte: Agência Sindical