Publicado em: 28/11/2016 |
O principal dilema de quem está para se aposentar é definir se continuará ou não na ativa depois de fazer o pedido do benefício na agência do INSS. Essa decisão também influencia em como o segurado com carteira assinada deve proceder dentro da empresa em que trabalha.
A advogada Adriane Bramante conta que se optar por continuar na ativa, o segurado não precisa avisar o patrão que irá se aposentar. “Não tem uma lei que faça essa exigência”, explica. Ele continua na empresa normalmente e passa a receber também sua aposentadoria.
Além disso, se continuar no mesmo trabalho após a aposentadoria é possível sacar mensalmente o valor do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Já se mudar de trabalho depois da aposentadoria, precisará esperar o fim do contrato com essa nova empresa para fazer a retirada.
Agora, aqueles que vão parar de trabalhar terão que conversar com a empresa. Se pedir demissão, ele não terá direito à multa de 40% do fundo de garantia, por exemplo. Por isso, pode ser uma boa opção tentar negociar com a empresa. Algumas delas, inclusive, oferecem PDVs (Planos de Demissão Voluntária) com alguns benefícios para incentivar quem está indeciso em deixar o cargo.
Há, ainda, segurados que têm estabilidade por convenção coletiva. Nesses casos, é interessante avisar a empresa que você está próximo de se aposentar para não ser demitido. O tempo de estabilidade é diferente de categoria para categoria e não são todas as profissões que oferecem esse benefício.
O principal ponto a ser considerado pelos segurados antes de decidirem se param de trabalhar ou não é que, ao sair do emprego, a renda diminuirá consideravelmente, já que o benefício não será igual ao seu último salário, mas equivalente a uma média do INSS. O tombo é ainda maior para quem tem o valor da aposentadoria mais o salário. Por isso, é preciso cuidado ao fazer as contas.
Planejamento
O advogado João Badari explica que antes de pedir a aposentadoria é preciso analisar o Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais), documento utilizado pelo INSS para calcular o valor do benefício. Se tiver algum problema, como falta de algum vínculo de trabalho ou remuneração errada, o segurado pode já pedir a correção. Para ele, sem a desaposentação, barrada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), os segurados precisam planejar melhor seu benefício e conhecer seus direitos.
Fonte: Diário de S.Paulo