Publicado em: 06/12/2016 |
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse na tarde desta segunda-feira (5) que vai transferir a Virada Cultural do Centro da cidade para o Autódromo de Interlagos, na Zona Sul, a partir do ano que vem. Doria disse que vai promover a virada com segurança, transporte e conforto e disponibilizar linhas de ônibus do Centro para a região dos shows.
"Vamos deslocar a Virada Cultural para um único local e não vai ser no Centro da cidade. Vamos fazer a Virada Cultural acontecer em Interlagos, 24 horas, com segurança, com transporte, com conforto e sem os transtornos que, infelizmente, pela dimensão que ela assumiu ela proporciona. Ela vai manter tudo de bom que ela sempre teve, sem os aspectos ruins em Interlagos", disse Doria.
"Não incomoda a população, não tem adensamento populacional em volta, tem os trens que vão funcionar 24 horas da CPTM, tem as linhas de ônibus que vão ser colocadas, exclusivamente, saindo do centro da cidade, Praça da Sé, Vale do Anhangabaú, Largo do Arouche, mais outros 2 pontos para permitir o acesso das pessoas à Virada Cultural, explicou.
Ele garantiu que não haverá cobrança de ingresso mesmo que o autódromo seja privatizado no futuro. "A Virada Cultural continuará sendo absolutamente gratuita, em qualquer circusntância, mesmo com o autódromo privatizado", disse.
A Virada Cultural é promovida desde 2005 na região central de São Paulo, no mês de maio, com algumas atividades também acontecendo em bairros mais afastados. Doria deu como exemplo de como fazer shows em um único local o Festival Lollapalooza, realizado no Autódromo de Interlagos.
Doria falou em reunião com empresários reunidos na Fecomércio. Disse que no dia 2 de janeiro vai abrir para carros o viaduto que liga a Avenida Nove de Julho ao Terminal Bandeira. Atualmente o viaduto é usado exclusivamente por ônibus.
Doria também disse aos empresários que em seu governo não haverá desoneração de impostos, mas acrescentou que também não haverá aumento de impostos. Ele afirmou que na reunião realizada no último final de semana deu para cada um dos secretários um saquinho de vitaminas.
Lixo vivo
O prefeito eleito voltou a dizer que no dia 2 de janeiro vai realizar um mutirão de limpeza a partir da Praça 14 Bis, na Bela Vista, no eixo da Avenida 9 de julho, desde a Marginal Pinheiros até o Vale do Anhangabau. Ele pretende envolver 2,1 mil pessoas nas ruas ligadas a 26 áreas de atuação, desde trocar lâmpada, arrumar calçada, desentupir bueiro, arrumar jardim, pintar, recuperar sinalização de solo e atender população de rua.
Os voluntários são empregados de fornecedores da Prefeitura que têm vinculação com esses programas. Foram feitas duas reuniões e nesta terça-feira será realizada a terceira. "Pedimos a colaboração de todos. Não sou prefeito, mas como cidadão posso pedir. E eles, como empresas cidadãs podem atender. E atenderam."
Doria reclamou do aumento do número de moradores de rua, do acúmulo de lixo e dos usuários de crack. "Qualquer parte da cidade, qualquer área onde vocês olham, a cidade é um lixo. É um lixo vivo. Parece um filme escabroso."
"É inacreditável, são 16 mil pessoas nas ruas. Eram seis mil no início dessa gestão. Eram 400 consumidores de crack na Cracolândia, agora são 3 mil. Tinha uma Cracolândia, agora tem seis na cidade. E expandindo, a cada semana vai surgindo uma barraquinha, e por aí vai."
Doria voltou a afirmar que vai cumprir os quatro anos de mandato. "Não estou imaginando lá adiante nada. Quero ser um bom prefeito e cumprir a minha obrigação nesses quatro anos. Não tenho vocação para herói nem quero fazer escada ou escalada para nada. Quero ser reconhecido como um bom prefeito", disse.
Combate aos pancadões
Doria disse que vai levar o programa Ruas Musicais para os bairros mais afastados para acabar com os "pancadões". "Os pancadões na periferia de São Paulo é um cancro que destrói a sociedade", afirmou.
"O pancadão hoje é administrado sabe por quem? Pelo PCC, uma entidade criminosa, do tráfico. O que fazem? Pegam criancas e adolescentes e começam a dar, primeiro, bebida alcoólica, depois começam a iniciar na droga, transformam em dependente. Como é que ele compra a droga? Traficando. As meninas, começam a oferecer bebida, depois um dinheirinho, terceira tarefa: transformam em prostitutas, em verdadeiras escravas", disse Doria. "Há duas formas de combater, uma com vigilancia, controle, outra, criando alternativas de lazer cultural para essa população."
Jockey Club
Doria disse que estuda uma proposta para transformar o Jockey Club em um parque.
"A proposta é um entendimento que já iniciamos com a direção do Jockey Club, feito de uma maneira muito positiva, para que possamos, em harmonia, trazer o Jockey Club para se transformar em uma parque da cidade, o Parque do Jockey. Preservando o prado, preservando as instalações que aliás são tombadas, mas vocacionando o Jockey para atividades de lazer entretenimento e cultura. Nós temos a intenção de fazer, com o apoio da iniciativa privada, o Museu da Biodiversidade, em parceria com a Universidade de São Paulo."
Fonte: G1