Publicado em: 03/04/2017 |
A Viação MobiBrasil, empresa que começou a testar o uso de ônibus municipais sem cobrador em São Paulo, tem, nesta segunda-feira (3), o primeiro dia útil da operação diferenciada. Cinco veículos da linha Metrô Jabaquara-Terminal Santo Amaro estão sendo usados no experimento, intercalados com outros coletivos com cobradores.
A Prefeitura de São Paulo autorizou a empresa a colocar a ideia em prática com a promessa de que não haja demissão de cobradores. Atualmente, 6% dos passageiros do sistema municipal pagam as passagens com dinheiro. O restante, com bilhete único.
Os ônibus que compõem o teste, que começou no último sábado (1º), só aceitam o bilhete único como pagamento. Nesta segunda, o Bom Dia São Paulo acompanhou a operação de um desses coletivos, e passageiros que estavam sem o bilhete único ou com ele descarregado foram autorizados a seguir viagem sem o pagamento da tarifa.
Marcos Santana, gerente operacional da MobiBrasil, diz que a empresa já está fornecendo qualificação aos cobradores em quatro tipos de cursos para, no futuro, trocá-los de função: mecânica, formação para motorista, formação para controlador operacional e formação para gestão de qualidade.
Em fevereiro, o prefeito João Doria (PSDB) disse que pretendia criar estações de embarque localizadas nos terminais para o passageiro passar o bilhete único antes de embarcar. Com isso, não haveria a necessidade de um cobrador dentro do coletivo.
"Gradualmente, com o tempo, é possível que isso venha a ocorrer [extinção do cobrador], mas sem desemprego. Nós estamos solicitando que as empresas capacitem os cobradores para serem motoristas", disse Doria, na época.
Apesar da mudança que atingiria cerca de 20 mil cobradores, o prefeito garante que não haverá demissão em massa. "Não haverá desemprego. Não faremos isso de maneira repentina, faremos isso gradualmente sem nenhum prejuízo aos cobradores", afirmou ele.
Outras gestões municipais anteriores já tentaram acabar com a função de cobrador, mas desistiram após pressão da categoria ou depois de terem sido impedidas por decisões judiciais.
Fonte: G1