NÚMEROS
Em números absolutos, a arrecadação federal com tributos ligados à atividade econômica subiu para R$ 785,8 bilhões até setembro deste ano.
Foram R$ 8,3 bilhões a mais para os cofres públicos. Em igual período do ano passado, somou R$ 777,5 bilhões.
Já as receitas atípicas arrecadaram R$ 38,4 bilhões até setembro de 2017, ou R$ 6,6 bilhões abaixo do total obtido em igual período do ano passado (R$ 45 bilhões).
Desde julho, a trajetória de recuperação das receitas recorrentes parece ter se firmado, respondendo à reação econômica gradual.
Apesar disso, as receitas consideradas recorrentes são insuficientes para compensar as despesas, que seguem avançando em 2017, fazendo com que o governo ainda precise de recursos atípicos para aliviar um pouco o rombo.
As despesas subiram para R$ 933 bilhões até setembro, em comparação aos R$ 927 bilhões gastos em igual período do ano passado.
Para se ter uma ideia desse peso dos gastos, as despesas com pessoal, que incluem salários de funcionários públicos federais, sobem 10,3% no ano; benefícios previdenciários têm alta de 6,8% e os assistenciais, de 6,1%.
Na outra ponta, as despesas do governo federal com investimentos em infraestrutura, excluído o Minha Casa Minha Vida, caíram 40,3% no ano até setembro. Se esse movimento alivia um pouco a alta dos gastos com pessoal, acaba atingindo em cheio justamente o mais importante: a recuperação da economia.
Com isso, o rombo nas contas do governo –o chamado deficit primário, que exclui o pagamento de juros– chega a R$ 168,6 bilhões ou o equivalente a 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto), considerando 12 meses.
A expectativa do IFI é que o deficit público do governo federal continue crescendo pelo menos até 2022.
Fonte: Folha de S.Paulo