Os que enfrentam as filas buscam, ainda, evitar a vacina fracionada, com receio de que ela tenha uma proteção reduzida quando comparada à vacina integral. Estudos mostram que a dose fracionada tem o mesmo efeito protetor. O que varia é o tempo dessa proteção.
Além de um risco desnecessário e da perda de tempo numa fila, a aplicação de vacinas em doses integrais para pessoas que não têm risco de contrair a doença desorganiza o plano de uso dos estoques do imunizante. São Paulo pretende vacinar 8,3 milhões de pessoas em 54 municípios considerados prioritários. "O plano permanece. Vamos adotar essa estratégia, apenas antecipando a campanha", disse Uip.
Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado recomendando que viajantes internacionais com destino a São Paulo tomassem a vacina contra a febre amarela. A decisão na avaliação de Uip é acertada. "Isso não vai mudar nossa estratégia", disse.
A antecipação do uso da vacina fracionada foi discutida em uma reunião com o Ministério da Saúde. A pasta sugeriu que não apenas São Paulo, mas os demais Estados que vão realizar o fracionamento (Rio de Janeiro e Bahia) antecipassem a aplicação de doses reduzidas (com um quinto da vacina integral). A data sugerida foi 22 de janeiro.
São Paulo, no entanto, por questões de logística achou preferível escolher outro dia, que ainda está em avaliação. O Estado recebeu 9 milhões de seringas para serem usadas no fracionamento. Boa parte das equipes já foi treinada. A aplicação da vacina fracionada é diferente da aplicação da vacina integral.
Atendimento
São Paulo concentra o maior número de casos e de óbitos nessa nova onda de febre amarela. Desde o ano passado, foram confirmados 40 casos, com 21 mortes. Uip atribui a alta letalidade à subnotificação. "Casos leves muitas vezes não são nem notificados", observa. Pacientes em estado grave são referenciados para o Hospital Emílio Ribas e o Hospital das Clínicas.
A febre amarela pode afetar de forma grave o fígado, levando o paciente a necessitar de um transplante. Diante do risco de aumento da demanda, São Paulo já determinou que casos graves para transplante de fígado sejam encaminhados para o Hospitais de São José do Rio Preto e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Fonte: Estado de S.Paulo