O Centrão decidiu fechar aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB. A reviravolta de última hora ocorreu depois que o PR, chefiado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, se juntou ao bloco, formado por DEM, PP, Solidariedade e PRB.
Em reunião realizada nesta quinta-feira, 19, em São Paulo, dirigentes do Centrão disseram a Alckmin que, se não houver nenhum obstáculo no meio do caminho, o acordo pode ser anunciado oficialmente no próximo dia 26. Nos bastidores, três presidentes de partidos disseram que a aliança do bloco com o PSDB já está acertada.O candidato a vice na chapa do tucano será o empresário Josué Gomes da Silva (PR), filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em 2011.
No mercado eleitoral, o apoio do Centrão é visto como muito importante na disputa pela Presidência. Juntos, os partidos têm no mínimo 4 minutos e 12 segundos por dia no horário eleitoral de rádio e TV, que começa em 31 de agosto. O PR dispõe de mais preciosos 45 segundos. Na Câmara, esses partidos somam uma bancada de 164 dos 513 deputados.
Valdemar Costa Neto, o fiel da balança
A mudança do bloco, que até os últimos dias estava inclinado a avalizar a candidatura de Ciro, foi resultado de uma soma de fatores políticos. O peso maior, porém, é atribuído a Valdemar, que atuou como uma espécie de fiel da balança no bloco e exigiu composição com Josué de vice.
Alckmin desmarcou compromissos em Montes Claros (MG), ao lado do senador Antonio Anastasia – pré-candidato do PSDB ao governo de Minas – para conversar ontem com representantes do Centrão.
Antes, o PR negociava apoio a Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, que está em primeiro lugar nas pesquisas em cenário sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso da Lava Jato, na disputa eleitoral. Como a aliança com Bolsonaro não vingou, Valdemar se juntou ao Centrão.
Um jantar com integrantes do bloco, na casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI), na quarta-feira, praticamente selou o destino do grupo. Ali, Valdemar manifestou sua preferência por Alckmin, em vez de Ciro, mas disse que seguiria a posição do bloco, qualquer que fosse. Sua única exigência era fazer Josué vice de alguma das chapas.
Fonte: Estadão