O Metrô de São Paulo anunciou a retomada de um antigo projeto visando portas automáticas nas plataformas das estações. A Agência Sindical apurou junto ao Sindicato dos Metroviários que essa proposta existe há muito tempo, mais precisamente desde 2010, mas nunca foi tirada do papel por sucessivas administrações tucanas.
Para Wagner Fajardo, coordenador da Secretaria Geral do Sindicato, as portas de segurança são necessárias a fim de evitar a queda acidental ou não de usuários nas linhas, além de outros problemas decorrentes do acesso aos trilhos.
"Não é só para evitar a invasão que elas são importantes. As portas automáticas evitam que alguém caia na linha em momentos de superlotação. Também barram tentativas de suicídio. Preservar a segurança dos usuários sempre é bom", afirma.
O dirigente aponta que o principal entrave à instalação das portas vem do atraso na implantação de um sistema chamado CBTC (Communications - Based Train Control) ou Controle de Trens Baseado em Comunicação, nas linhas mais antigas. “Esse sistema é fundamental. Sem ele, não é possível colocar as portas automáticas", aponta Fajardo.
Modernização - A primeira estação entregue com a tecnologia foi a Sacomã, na Linha 2-Verde, em 2010. Depois, foram inauguradas as estações Faria Lima e Paulista, da Linha 4-Amarela, também com esse dispositivo.
"Na Vila Matilde (Linha 3-Vermelha) fizeram uma improvisação. Mas, pra se colocar portas automáticas em todas as estações, o sistema CBTC precisa ser implantado e estar funcionando. Na Linha-4, esse sistema funciona, até porque, sem ele os trens não circulariam, pois não possuem operadores", explica.
De acordo com a empresa, a gestão do governador Márcio França (PSB) retomou a ideia após alta de 41% nas interferências provocadas por invasões aos trilhos. A rede tem em média pouco mais de dois registros por dia – casos que, além do risco à segurança, provocam interrupções na operação das linhas e agravam os atrasos aos usuários.
Segurança - O Metrô transporta diariamente quase 4 milhões de passageiros. Porém, a empresa passa por um crescente processo de privatização, que segundo o Sindicato da categoria aumenta os riscos para trabalhadores e usuários. Como resultado da entrega de linhas ao setor privado, os funcionários têm salários e benefícios menores, jornadas mais extensas e recebem menos treinamentos.
Fonte: Agêcia Sindical