Setor de serviços pisa no freio e avança 6,8% em março, aponta IBGE :: 20/05/2014 (17:02:26)
A receita do setor de serviços brasileiro desacelerou em março e avançou 6,8% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE

A receita do setor de serviços brasileiro desacelerou em março e avançou 6,8% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE. A taxa de crescimento de março foi a terceira menor desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2012, superior apenas às registradas em março – com avanço de 6,1% – e agosto de 2013, com 6,6%.

Em fevereiro e janeiro, o segmento havia tido altas de 10,1% e 9,2%, respectivamente, voltando a acelerar após ter fechado 2013 em 8,5%, o que representou uma perda de ritmo na comparação com o ano anterior. No acumulado em 12 meses, a evolução chega a 8,7%, enquanto, no ano, o crescimento acumulado também registrou índice de 8,7%.

— É comum nós termos um pico na oferta de serviços nos primeiros meses do ano — explica Roberto Saldanha, que integrou a elaboração da pesquisa. — O segmento de informação e comunicação, que engloba serviços como a produção de livros didáticos e agências de conteúdo de informação tem grande peso sobre o setor de serviços. Desde novembro, esse segmento tem grande escala de encomendas para suprir a demanda da rede pública e privada de ensino em todo o país. Isso pede mão de obra. Em março, culturalmente, isso tende a cair, puxando o resultado para um índice de crescimento menor — avaliou.

A desaceleração no setor apareceu no IPCA de abril, diante da baixa geração de vagas no mercado de trabalho: os preços do grupo subiram 0,44% depois de avançarem 1,09% em março. Em 12 meses, o acumulado saiu de 9,09% até março para 8,99% até abril, quase estável. Mas alguns serviços importantes subiram acima dessa média, como educação (9,2%), médico (11,82%) e passagem aérea (23,96%).

Em março, os segmentos de serviços de informação e comunicação e de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio apresentaram os maiores pesos.

Assim, os crescimentos de 4,4% nos serviços de informação e comunicação — menor que os 6,7% de fevereiro e os 8,7% de janeiro — e de 8,0% observado nos transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio — inferior aos 14,7% de fevereiro e 9,7% de janeiro — pesaram para que o crescimento do setor de serviços em março se situasse em um patamar inferior aos dos meses anteriores.

Desde o terceiro trimestre de 2013, a PMS passou a integrar os cálculos do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). A pesquisa foi iniciada em janeiro de 2011 e apresenta resultados desde janeiro de 2012.

Fonte: O Globo.