Centrais propõem à Fazenda sistema de proteção ao emprego :: 26/11/2014 (09:02:39)
Representantes das cinco principais centrais sindicais do país se reuniram nesta terça-feira com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, para propor um mecanismo de proteção ao emprego em tempos de crise.

Representantes das cinco principais centrais sindicais do país se reuniram nesta terça-feira com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, para propor um mecanismo de proteção ao emprego em tempos de crise.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, explicou que a proposta faz com que, em vez de demitir, o empregador mantenha o funcionário, mas negocie uma redução temporária na jornada, nos salários e nos tributos cobrados pelo governo.

A diminuição nos vencimentos dos empregados também poderia ser complementada pelo governo a partir de recursos do sistema de proteção ao trabalhador, acrescentou o primeiro-secretário da Força Sindical, Sergio Luiz  Leite.

Questionado sobre uma possível incoerência entre a proposta e a disposição aventada pelo governo de reduzir os gastos com o seguro-desemprego, Freitas discordou e disse que o objetivo da política “é que ao invés de demitir, o empregador mantenha o empregado”.

Ele acrescentou que é “uma alternativa ao lay-off, que cessa o contrato de trabalho” durante o período de afastamento. Freitas ressaltou ainda que não pede “alteração da CLT e mudança de lei existente”.

De acordo com as centrais, para que a proposta possa ser adotada por alguma empresa, será necessário que a política “seja opcional, só possa ser implementada após um atestado de crise emitido pelo governo e o trabalhador concorde com a medida em assembleia”.

O representante da Força Sindical avaliou que a proposta seria especialmente benéfica para a indústria. Ele citou como exemplo o setor automotivo. Leite disse ainda que mais detalhes sobre a proposta serão apresentados em uma nova conversa com representantes do Ministério da Fazenda, no dia 2 de dezembro.

Perguntado sobre a correção na tabela do Imposto de Renda, Freitas afirmou que a questão não foi tratada durante a reunião. “Isso está em processo de negociação, mas não foi discutido”, disse ele.

Também não foram abordadas as mudanças no seguro-desemprego e abono salarial. “Centrais desconhecem qualquer proposta de mudança e são contra”, avaliou Freitas.

Além dos dois sindicalistas, participaram da reunião representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Nova Central Sindical.

Fonte: Valor Econômico