A seca que atinge o Sudeste afeta balneários de água doce formados por rios como o Paraná e o Tietê.
Em Pereira Barreto, município a 623 km da capital paulista banhado pelo Tietê, a prainha Pôr do Sol, que costumava atrair cerca de 2.000 pessoas nos fins de semana, hoje não recebe nem 400, de acordo com a prefeitura.
A praia propriamente dita está quase sem uso. Os pedalinhos estão encostados no barranco de terra.
A água da represa recuou até 200 metros da margem original, segundo a prefeitura. No local que antes era procurado para mergulho restou apenas barro e grama.
"Perdemos a nossa praia. Nunca vi uma seca tão forte", disse a secretária de Turismo Maria Lúcia Sossoloto.
O turismo de pesca também foi prejudicado. As reservas em hotéis que oferecem barcos caíram à metade, e barqueiros estão sem emprego.
Lago profundo
Em Ilha Solteira, a 660 km de SP, a placa em um dos balneários no rio Paraná com a mensagem "área proibida para banhistas - local profundo" contrasta com a terra e a grama que cresceu com a seca.
Na praia Catarina, a mais frequentada por banhistas, a visitação caiu 70% nos fins de semana desde setembro.
A água recuou cerca de cem metros, na estimativa da prefeitura da cidade. As boias de segurança, que antes marcavam o limite para mergulho, agora se encontram em terra seca.
Funcionários do balneário e bombeiros orientam os turistas a evitar o mergulho, porque há galhos no fundo do lago que podem prender o banhista, segundo a diretora de Turismo, Osmarli Ueno.
As prainhas em Pereira Barreto e Ilha Solteira foram criadas a partir do represamentos dos rios para geração de energia.
De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que administra a vazão dos reservatórios, diante da estiagem dos últimos meses foi necessário controlar o fluxo de água.
A medida afeta não apenas o turismo em represas, mas a navegação nos rios.
Fonte: Folha de S. Paulo