ANA autoriza redução da vazão de estação na bacia do Paraíba do Sul, RJ :: 29/12/2014 (09:06:21)
Em meio a falta de chuvas na região Sudeste, a Agência Nacional de Águas (ANA) autorizou a redução da vazão mínima da Estação Elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, na bacia do rio Paraíba do Sul, de 160 metros cúbicos por segundo para 140 metros cúbicos por segundo.

Em meio a falta de chuvas na região Sudeste, a Agência Nacional de Águas (ANA) autorizou a redução da vazão mínima da Estação Elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, na bacia do rio Paraíba do Sul, de 160 metros cúbicos por segundo para 140 metros cúbicos por segundo. É desta estação que vem parte das águas do Sistema Guandu, que abastece parte da Região Metropolitana do Rio. O pedido foi feito pelo Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul (GTAOH) e publicado no Diário Oficial da União na última quarta (24/12).

Como mostrou o Bom Dia Rio, a ANA já considera autorizar a captação de água do volume morto dos reservatórios do rio nos próximos dias. Embora admita a utilização do volume morto, a ANA afirma que não precisaria fazer obras — diferentemente do que aconteceu no Sistema Cantareira, em São Paulo, devido à crise hídrica. Parte do volume morto do Paraíba do Sul poderia ser retirado por gravidade, sem a necessidade da instalação de bombas. Até quarta, os reservatórios de água do Paraíba do Sul tinham 1,7%. Nesta sexta (26/12), tinha 2,5%.

De acordo com a ANA, o objetivo da redução é preservar o estoque de água nos reservatórios da bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, que abastece a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (26/12), no entanto, o presidente da Cedae, Wagner Victer, garantiu que não haverá racionamento de água na região.

O Rio é um bom exemplo de que quando se trabalha com engenharia, se antecipa, se evita problemas futuros. É o que a gente tem feito nos últimos anos. Em função das modificações que fizemos em uma série de captações no Rio de Janeiro, de melhorias, implantações de centro de controles operacionais desde 2007 faz com que hoje se tenha uma crise muito grande em outros estados e não tenha no Rio, afirmou.

Em nota, a ANA afirmou que vem autorizando reduções da vazão em Santa Cecília — cuja vazão mínima já foi de 190 metros cúbicos — com acompanhamento sistemático.

Crise hídrica

De acordo com o presidente da Cedae, a crise hídrica que afeta o estado de São Paulo não afeta, necessariamente, o estado vizinho. No último dia 10, os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais fecharam acordo para dar início a obras de infraestrutura a fim de reduzir os efeitos da seca.

Pelo acordo, mediado pelo ministro do STF Luiz Fux, os três estados devem apresentar até 28 de fevereiro propostas para o enfrentamento da crise de falta de água. Uma dessas propostas é a transposição do rio Paraíba do Sul, cuja bacia abrange áreas dos três estados.

A transposição é um projeto do governo paulista que pretende desviar água do rio para abastecer o Sistema Cantareira, que enfrenta uma crise hídrica por conta da estiagem no Sudeste. O Rio de Janeiro era inicialmente contrario à obra porque a bacia do Paraíba do Sul abastece diversos municípios do estado, incluindo a região metropolitana da capital fluminense.

Fonte: G1